A mais conhecida história de amor de carnaval, tem sua origem em terras além-mar.
Pierrot, Colombina e Arlequim são crias do estilo teatral Commedia dellArte, nascido na Itália do século XVI e que tinha como objetivo levar o teatro para todos, com muita improvisação e sátira social.
Na Commedia eram contadas várias histórias, muitas vezes improvisadas, com os personagens divididos de duas formas: os patrões e os serviçais.
O trio vinha do grupo de serviçais e normalmente trabalhavam para Pantaleão, conhecido mercador de Veneza. Outros personagens comuns na história são o Capitão e o Doutor.
A fábula mudou muito com o passar do tempo, mas de forma geral, conta a história de Pierrot – ou Pedrolino, antes de ser rebatizado na França – um serviçal sonhador que morre de amores por Colombina.
O sentimento do palhaço é a descrição do amor platônico. Pierrot suspira pelos cantos e escreve cartas de amor que nunca entrega para Colombina.
Nos intervalos das apresentações, haviam números de dança, malabarismos e shows de um bobo da corte chamado Arlequim. Originalmente, o personagem tinha como função divertir e brincar com a plateia, mas com essas brincadeiras de roubar beijos de atrizes – e principalmente de quem interpretava Colombina – conquistou o coração do público e entrou de vez na história do casal, criando o triângulo amoroso mais conhecido do mundo.
O beijo de Arlequim – Frank Xavier Leyendercker
Pierrot amava Colombina, que por sua vez amava Arlequim e que, como bom amante, também desejava Colombina.
Em uma das versões, Pierrot e Colombina são amigos de infância. Ele trabalha como padeiro para Pantaleão. Já ela, é a aia da filha do mercador. Pierrot, como de praxe, sofre seu amor em silêncio e escreve longos textos apaixonados para seu amor secreto. Como “quem não não arrisca, não petisca”, em um carnaval Colombina conhece Arlequim que lhe rouba um beijo.
Colombina se apaixona por Arlequim e foge com ele, deixando para trás o Pierrot desolado.
O casal passa dificuldades em sua nova vida e em uma noite, Colombina encontra uma carta de amor de seu amigo Pierrot, e assim descobre o seu amor por ela. Colombina percebe que é um amor puro, despede-se de Arlequim e reencontra Pierrot, com quem passa a viver junto, em um relacionamento com muita felicidade.
Mas mesmo assim, a pequena sempre espera seu reencontro com Arlequim durante os carnavais.
Arlequim e Pierrot [1924] – André Derain