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Quem será o primeiro a dizer?

“Eu te amo”, foi o que disse o ursinho de R$1.99 que estava na lojinha.

Em relacionamentos passamos por alguns marcos e um deles é quando falar e quem vai ser o primeiro a dizer que ama.

Há quem pronuncie essas palavras com tanta facilidade que nem se preocupa com o fato de sentir (até o ursinho diz). Outros que ficam tão preocupados em não parecer fracos, seguram as palavras na garganta para que não sejam os primeiros a pronunciá-las.

Atentamo-nos para a frase e esquecemos que as atitudes sobrepõem a mentirinha que estamos tentando soltar. Dizer que ama e ter atitudes controvérsias é o mesmo que se declarar com carinho, atitudes e meter banca de que nem apaixonado está.

Deixar fluir naturalmente é algo que permite ao relacionamento ser solto e humano. Somos feitos de sentimentos… bons e ruins. A raiva é expressada com tanta vontade, o desprezo é orgulhosamente poderoso, mas e o amor? Por que o escondemos?

Um belo dia a ficha cai. Pode ser quando, ao se despedir de alguém, falte alguma coisa. O beijo não satisfaz… E você fica lá, imóvel, dentro do carro, ou de olhos fixos na tela do celular, querendo falar algo, achando que não é o momento. O que o outro vai pensar? Será que a outra pessoa vai se assustar? Será que sente o mesmo?

Mais fácil pensar que você está viajando e foi um momento de carência. Nem tem tanto tempo assim que estão juntos. O relacionamento nem ao menos tem um status, e se tem, nem é tão concreto assim.

Tantas variáveis para bloquear sentimentos que não percebemos que os muros são aumentados cada vez mais.

O medo de sofrer, fazer papel de bobo ou se tornar vulnerável acaba com a premissa do amor. De ser paciente, bondoso, justo, verdadeiro, tolerante…

Um belo dia, no meio de um discurso, de um beijo ou até do nada, você não se controla, solta um “eu te amo” e fecha os olhos. Torcendo para que tenha sido um sonho, ou que a pessoa não tenha ouvido. Mas é tarde… Um silêncio congelante, de trinta segundos, toma conta do recinto e sua vontade é de sumir, pois o que se espera é que o clima seja cortado com um beijo ou um novo assunto em pauta. Mas para animadora esperança, o “eu também” surge, meio tímido, entre um sorriso bobo, mas apaixonado e todo aquele peso desaparece.

Mas se o “eu te amo” não surgir, e se o “eu também” ou “idem” a la Ghost: Do Outro Lado da Vida, nem derem sinal de vida? Lembre-se, atitude é tudo. Melhor que ouvir sobre amor é se sentir amado. Perceba se em meio à opinião e jeito diferente, a pessoa se esforça para te entender, doa um pouco do seu tempo para estar com você, compartilhar momentos, te escuta, apoia no que precisa, fica feliz ao seu lado, se tem carinho, faz elogios, se faz questão de você estar presente em sua vida, com família e amigos, se sente orgulho em estar ao seu lado e o melhor, faz você se sentir especial… Para essas coisas não há dupla interpretação. É ou não é. Ou você sente e vivencia isso tudo, ou vai viver esperando uma frase sem sentido e sem conteúdo.

Estamos acostumados com a exposição nas redes sociais, onde sentimentos precisam ser gritados, encenados, mas o puro e simples “eu te amo” dando as mãos, esparramado no sofá e um carinho no rosto, vale mais que mil likes na fotinho. Quando sentir vontade de se declarar, faça. Sem medo do que pode vir.

Quer amor? Desperte-o!

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