– Preferia estar com câncer.
Essa é uma das tantas falas fortes de Alice, personagem interpretada por Julianne Moore, que recebeu o Oscar por esse papel.
Para Sempre Alice é uma adaptação do livro de mesmo nome da autora Lisa Genova [lançado aqui pela Ediouro]. Um filme forte e honesto, que trata com veracidade a vida de alguém que recebeu o diagnóstico de Doença de Alzheimer e das pessoas à sua volta.
Alice Howland passou a vida adquirindo conhecimento. Doutora em linguística, tem seu trabalho reconhecido no meio acadêmico e dá aula na Universidade de Columbia. Além disso, se orgulha de sua família: casada com um médico dedicado [Alec Baldwin], tem três filhos, a advogada Anna [Kate Bosworth], o jovem médico Tom [Hunter Parrish] e a atriz Lydia [Kristen Stewart].
Tudo começa a mudar quando, aos 50 anos, passa a esquecer palavras e ter lapsos de memória. Ao se consultar com um neurologista, descobre que sofre de Alzheimer precoce, uma condição rara que é transmitida geneticamente.
Começam assim as lutas para manter sua vida e retardar ao máximo o quadro degenerativo, além da reestruturação da família na nova condição da mãe. Longe da história seguir por um caminho holywoodiano, o desenrolar mostra que por mais que a condição de Alice seja terrível, a vida continua.
Ao fazer a opção de ser fiel às condições de um paciente, Para Sempre Alice é um filme para emocionar, tanto em seus discursos de que a vida é boa mesmo com uma doença tão terrível, quanto na tristeza que é ver alguém esquecendo o nome da própria filha ou o caminho até o banheiro.
Falar desse filme e não citar o prêmio recebido por Julianne seria absurdo. Inquestionável em seu papel, a atriz teve o apoio da Associação Nacional de Alzheimer dos Estados Unidos, que a colocou em contato com vários pacientes. Além da ajuda da especialista Mary Sano, professora de psiquiatria e diretora do Centro de Pesquisas de Alzheimer, onde os testes cognitivos apresentados no filme foram aplicados.
Julianne também visitou grupos de apoio a mulheres com a doença. “O mais importante foi ter recebido retorno dessa comunidade dizendo que se sentiram reconhecidos. Há muita vergonha em relação aos pacientes de Alzheimer e a maioria se sente incompreendida”, disse a atriz que voltou a agradecê-los em seu discurso após receber o prêmio.
No Brasil, 1,2 milhão de pessoas tem Alzheimer, sendo que grande parte deles ainda não teve diagnóstico correto ou precoce.
Segundo o neurologista Dr. Rodrigo Rizek Schultz, “O filme tem papel importante de conscientização e alerta sobre os sinais da doença que não devem ser subestimados. Quanto mais cedo o diagnóstico for feito, melhor pode ser a qualidade de vida do paciente e mais vagarosa é a evolução da doença”.
O lançamento de Para Sempre Alice foi apoiado pela ABRAz [Associação Brasileira de Alzheimer] e conta com patrocínio da Novartis, que através da NIBR [Novartis Institute for BioMedical Research], se concentra na identificação de novas terapias neurodegenerativas, como o Alzheimer e outras doenças psiquiátricas.
Para Sempre Alice tem distribuição da Diamond Films e estreia nessa quinta, dia 12 de março, em todo o Brasil.
Assista o trailer e não perca a chance de se emocionar nos cinemas.
Fotos: Diamond Films