Desde de que me entendo por gente tinha uma ideia fixa de seguir a carreira do meu pai. Era a única referência de profissão bem sucedida ao meu redor e uma forma de manter uma proximidade com ele (Freud explica!).
Mas aí a vida, com seu jeito bem torto (Deus escrevendo certo) me mostrou um novo caminho. Um caminho que eu não conhecia mas que descobri uma aptidão absurda.
Me formei, segui carreira e hoje sou uma engenheira de software completa (em busca do próximo passo nesse desafio).
Mas em algum momento você vai se perguntar o que realmente quer fazer, o que te da prazer em acordar, sair de casa e passar muitas horas se dedicando a tal tarefa… Para algumas pessoas isso acontece na fase de vestibular, outros passarão por fases cíclicas onde as questões reaparecerão e talvez morrerão sem saber as respostas.
Eu passei por isso há alguns meses.
Uns 10 anos da minha vida tive a preocupação de ganhar dinheiro e ser bem sucedida. Sucesso era mais importante que prazer ou realização. Mas veio a crise dos 30 e algumas indagações e um trabalho desmotivador me fizeram duvidar da minha capacidade profissional e me levaram a algumas decisões.
Foi aí que comecei a experimentar novos rumos.
Posso dizer que sou uma pessoa que se adequa a qualquer coisa, mas não necessariamente vou amar fazê-las. Definitivamente, não me vejo fazendo a mesma atividade todos os dias da minha vida. Lembra dos nossos avós que morriam fazendo a mesma tarefa até se aposentar e se sentiam honrados em findar sua vida profissional especialista em “bater ponto”? Eu não sou o vovô!
Independente do ramo escolhido, eu preciso de desafios diários, de novidades, de motivação… E não há dinheiro ou segurança, no mundo, que me façam estagnar.
Respeito quem busque o marasmo… a tranquilidade, a calma. Mas eu vivo bem sob pressão. Gosto de solucionar problemas, de viver em busca de descobertas…
Aprendi tudo isso, quando decidi trabalhar, em paralelo com TI, com gastronomia e moda.
Essas são algumas de minhas paixões e consegui conciliar com minha profissão desde o final do ano passado.
Amanhã posso deixar de lado essas opções, ou simplesmente incluir alguma outra paixão nessa lista. A questão é que qualquer coisa pode me dar dinheiro, mas poucas coisas podem me dar prazer e me pagar ao mesmo tempo.
Dinheiro é importante para pagar contas e te dar oportunidade de fazer o que gosta, mas viver apenas em função dele é perda de tempo.
Não me arrependo de ter me matado de trabalhar por 10 anos visando a grana. Hoje, ainda não tenho grana (pois ela vai e vem), mas aprendi muito sobre mim e tenho a certeza que me formei no curso certo, mesmo que não tenha sido uma escolha particular. Mas o mais importante: não tenho o menor medo de jogar o diploma fora, se for o caso de me apaixonar por uma nova área de atuação.
A minha meta de vida é amar o que me dispor a fazer. Independente de retorno.
Realização é o que faz você acordar de manhã, se arrumar e ir feliz para o trabalho. Hoje, eu não reclamo mais da vida. Aprendi a mudá-la, sempre que for necessário. Ame o que você faz
O amor é muito maior que os livros nos ensinam. Você encontra e aprende vivendo.