Você encontrou alguém que gosta das mesmas músicas, sabe preparar sua comida favorita, topa te acompanhar nos lugares mais esquisitos que propõe e ainda te faz cafuné na hora de dormir. Mas você quer mais.
Quer que essa pessoa se encaixe no seu padrão imaginário e idealizado, sem se dar conta de que, enquanto se preservar para alguém que só existe dentro da sua cabeça, vai abster-se de todas as pessoas incríveis que habitam fora dela. E então continua buscando pela figura perfeita, que além de fazer tudo isso ainda exibe um corpo sarado no Instagram ou tem uma carreira digna de capa de revista, do tipo que mataria seus pais de orgulho.
O conceito de modernidade líquida, embora um pouco batido, explica exatamente o porquê dessa eterna busca. Vivemos em uma época em que é fácil conhecer as pessoas e mais fácil ainda compará-las. Logo, a ânsia por achar “alguém melhor”, sempre mais próximo dos padrões de Hollywood do que da vida real e o medo de que ao se envolver você se feche às tantas oportunidades que continuam por aí mundo afora ou Tinder afora. Afinal, pela primeira vez temos um universo de possibilidades nas pontas dos dedos.
Mas não se deixe enganar por essas falácias e nem se esqueça de que é impossível encontrar a pessoa perfeita, pelo simples fato dela não existir. Somos todos humanos, falhos e repletos de defeitos e, sendo assim, devemos entender que para estar com alguém é preciso aceitar as falhas e defeitos dos outros.
Deixe as pessoas de Hollywood para as cerimônias do Oscar e comece a prestar mais atenção naquelas que estão ao seu redor. Não se prenda aos critérios da sua cabeça cheia de razão, porque quando se trata de amor, racionalidade não é uma característica a ser mencionada.
É o amor um mal entendido, que não respeita regras ou argumentação, já que não se importa em aparecer naquela pessoa que você jamais imaginaria ao seu lado. Mas para isso, você precisa dar espaço para que ele aconteça e deixar que ele faça aquilo que faz de melhor: se baste.
Sempre ouvi que devemos ter cuidado com o que desejamos, porque pode ser que ao alcançar, nos daremos conta de que não era exatamente aquilo que queríamos. Então pense que talvez seja a hora de abandonar padrões mentais e começar a focar no que realmente tem valor para você.
E como descobrir isso? Reflita sobre a possiblidade de que só te resta uma hora de vida. O que você iria preferir? Passar 60 minutos compartilhando fotos e histórias sobre o relacionamento perfeito, com a pessoa perfeita nas redes sociais ou se aconchegar ao lado de alguém que faz você sentir que ainda há vida correndo em suas veias?
Então por que não dar uma chance a quem te faz bem, ao invés de continuar procurando por sei lá quem? Nessa vida, quem quer muito, acaba sem absolutamente nada. Portanto, talvez seja a hora de entender que você nunca acha o que procura, porque sempre deixa passar quem já te encontrou.