Tudo começa com um bate-papo em uma aula chata, quando você descobre que ele também sonha em ser fotógrafo, indo contra os pais que esperam uma carreira mais sólida para o filho, assim como os seus.
Até o final da aula, você descobre ainda que ele compartilha seu gosto por torta de limão, torcem para o Corinthians, gostam de cultura egípcia e que vocês passaram o ano novo de 2006 na mesma praia, o que significa que, provavelmente em meio ao milhão de pessoas em volta, era ele que pulava as sete ondas ao seu lado.
Quando rola o primeiro beijo, você está tão envolvida nesse conto de fadas que tem certeza absoluta que foi roteiro divino estarem os dois ali naquela aula de português instrumental.
É assim que um amor mágico nasce: de diversas coincidências e muita vontade em acreditar que aquela é a oportunidade única de encontrar um amor pra toda vida.
E é agora que começa a prisão.
Sim, encontrar um amor que parece ter sido escrito para um filme te coloca em uma terrível cilada: se você acabar, quando terá outra história tão bonita?
E assim você leva numa boa a péssima convivência, as respostas atravessadas, a falta de compatibilidade, a ausência e às vezes até as traições, afinal, um felizes para sempre como esse será difícil encontrar de novo.
Claro que existe amores e amores, mas é bom esclarecer que estamos falando aqui daqueles relacionamentos cheios de problemas que a gente evita terminar por conta da magia.
Aconselho que você fuja de relacionamentos assim. Buscamos a magia em vários cantos do mundo, mas nem sempre viver de mágica é bom.
Prefira os relacionamentos reais. Aqueles sem amor à primeira vista, onde um é de exatas, palmeirense e administrador e a outra de humanas, são paulina e instrutora de yoga.
O amor está aí por todos os lados e você não precisa de mágica nenhuma para encontrar.